O ser humano pretenderá sempre
inovar em tudo aquilo que o rodeia e procura rodear-se de cada vez mais coisas
que lhe tragam qualidade de vida. Não direi aproximar-se da natureza trazendo-a
para casa, pois isso implica o despojo de tudo quanto é supérfluo à vida e o
retorno ao elementar mas, antes a reinvenção da natureza, adaptando-a a um
estilo de vida tendencialmente mais exigente. Uma piscina em casa é um bom
exemplo do que falo. Tradicionalmente, as piscinas em casa e em resorts usam sistemas de tratamento à
base de cloro. Depois de extensiva pesquisa começaram a ser introduzidos os
sistemas de água salgada.
A fama das piscinas de água
salgada
Os sistemas de água salgada estão a ganhar popularidade entre
proprietários de casas. Deve-se principalmente à conveniência do seu uso e ao
facto da sua manutenção ser mais económica que os sistemas de cloro. Isto
porque os sistemas de piscina de água salgada são considerados incorretamente
como mais simples de manter.
O grande mito dos sistemas de
água salgada
Antes de abordar os prós e
contras dos sistemas de piscina de água salgada, será bom estabelecer o que não
são. Os sistemas de piscina de água salgada não são piscinas isentas de cloro. Não
são piscinas isentas de produtos químicos. Uma piscina de água salgada produz
cloro através do processo de eletrólise, como já vimos. Se pretende uma piscina
isenta de cloro, é aconselhável ponderar a utilização de sistemas de desinfeção por
ultravioleta e piscinas de peróxido de
hidrogénio (comumente designado por água
oxigenada).
Factos sobre piscinas de água
salgada
Se considera investir na
instalação de uma piscina de água salgada em casa deverá primeiro obter alguma
informação factual sobre tal investimento.
Em primeiro lugar estes sistemas de piscina têm a faculdade de gerar o
seu próprio cloro. Este cloro designa-se por cloro natural, por contraste com o cloro que tem de ser adquirido
em estabelecimentos específicos. O cloro natural que é produzido no próprio
sistema tem um pH positivo (11,7). Significa que o cloro é uma base. Dada essa
propriedade não é considerado como perigoso para a saúde porque não causa
irritações, especialmente na pele e nos olhos. No entanto, existe uma
desvantagem em ter cloro natural. Dada a sua natureza de base, perderá a sua
capacidade de sanitização se o pH da água atingir ou exceder os 7,8.
Tradicionalmente uma piscina de água salgada deve manter um pH entre os 8,0 e
os 7,8 (valores correspondentes aos da água do mar). Existe, porém, um contra:
ao manter um pH mais elevado que o ideal (7,4 – 7,6) existe o perigo de
escalada de cloro. O equilíbrio entre pH e a alcalinidade da água está
comprometido. Portanto, piscinas de água salgada sem necessidade de manutenção
é um mito criado para vender o sistema sem correspondência na realidade.
Este dispositivo contém uma célula de eletrólise que é bastante dispendiosa. Prepare-se para uma despesa avultada quando precisar de as substituir! Porém, não terá de se preocupar muito com o desgaste se não a usar com frequência. O clorador salino pode durar bastante tempo se o utilizar de forma adequada e com uma frequência menor. A célula de eletrólise pode ser constituída por vários metais, o mais usual é o titânio. A água de retorno é forçada a passar entre os elétrodos da célula onde devido a uma pequena descarga elétrica é ionizada resultando hipoclorito de sódio (NaClO) que deverá ser mantido a níveis de concentração médios de 2 – 4 ppm. Existem vários fatores que podem influenciar quanta manutenção será necessária para manter a célula livre de acumulações de contaminantes. O cálcio e outros minerais existentes na água da piscina afetam a duração da célula de forma dramática. Níveis altos de minerais irão provocar acumulação na célula. Além disso, a qualidade do sal colocado no sistema faz toda a diferença. O sal de consumo geral vendido nos estabelecimentos comerciais contém muitos minerais, principalmente se for marinho. Estes minerais acumular-se-ão na célula. Se adquirir uma piscina de água salgada ou converter a sua é um bom princípio comprar sal altamente refinado com a maior pureza possível. Existe no mercado sal purificado específico para piscinas. Embora os cloradores de última geração já disponham de um sistema de auto limpeza da célula por inversão de polaridade, os elétrodos vão-se deteriorando durante a troca de eletrões. Um bom conselho é adquirir um clorador com capacidade superior ao volume de água da piscina. Embora seja um pouco mais dispendioso, terá um bom retorno uma vez que a célula trabalhará muito menos tempo o que prolongará exponencialmente a sua duração.
continua...
Artigo compilado por Luís Manuel Pinto Jordão
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