terça-feira, 1 de outubro de 2013

Piscinas de água salgada - uma boa opção? II


Quais são os falsos conceitos acerca de piscinas de água salgada?

Uma piscina de água salgada proporciona várias boas razões para converter a sua piscina de água doce. Existem, porém, alguns conceitos gerais errados que auxiliaram a acelerar a popularidade destas piscinas. Em primeiro lugar, as piscinas de água salgada não são isentas de químicos, nem sequer de cloro. A água salgada não tem capacidade por si só de garantir sanitização sem eletrólise. Este processo gera cloro que tem a mesma estrutura química do cloro produzido industrialmente, com os mesmos benefícios e problemas que este último. A propósito, a designação industrial de um sistema de piscina de água salgada é gerador de cloro. O segundo falso conceito é que a água num sistema de piscina de água salgada terá melhor aspeto, saberá melhor e será muito mais agradável. Na realidade, se essa comparação for feita com uma piscina de água doce mal mantida, isso será verdade. Porém, se for comparada com uma piscina com um bom plano de manutenção não existirão diferenças mensuráveis no contacto com a água, no aspeto e no sabor.

As piscinas de água salgada devem ser mantidas de forma adequada para que sejam seguras e fonte de prazer para a família e amigos. Durante anos a única forma de impedir o desenvolvimento de bactérias a níveis prejudiciais foi a utilização de químicos produzidos em massa. É perigoso armazenar e utilizar estes produtos químicos. A simples leitura dos avisos nas etiquetas dos recipientes demonstra a sua perigosidade. Se leram o artigo da newsletter anterior (hipoclorito de sódio e amónia – mistura explosiva!) devem ter ficado com uma ideia do que estou a falar.

 
O clorador salino eliminará todos os problemas de equilíbrio químico da água?
Infelizmente, não. Se os cloradores salinos oferecem alguns benefícios persuasivos, não consistem no ovo de Colombo que alguns comerciantes vendem. Afinal, a única coisa que fazem é criar cloro. O produto final, cloro, é basicamente idêntico ao que pode ser adquirido em qualquer estabelecimento. Algumas pessoas optam pelos cloradores salinos na esperança de que eliminarão alguns problemas concretos tal como o ardor dos olhos, irritações da pele, o “odor a cloro”, etc.. Estes problemas são criados pelas cloraminas, não pelo cloro propriamente dito. As cloraminas são um subproduto da desinfeção que causam cerca de 90% dos problemas com a química da água. Estudos científicos relacionam as cloraminas e outros subprodutos da desinfeção com a asma, alergias, e até com algumas formas de cancro. As cloraminas e outros subprodutos podem ser eliminados com um sistema de piscina com sistema de tratamento ultravioleta – um potente oxidador que funciona bem com ou sem gerador de cloro. De acordo com OMS (Organização Mundial de Saúde), níveis de cloro  baixos na ordem dos 0,5 ppm são eficazes quando se usa a tecnologia UV.
 

 
 
 
O que o clorador não pode fazer pela piscina
Nas piscinas, o cloro tem uma dupla função de desinfetar e oxidar. O clorador salino só consegue gerar cloro suficiente para a sanitização. Não criam cloro com rapidez e em quantidade suficientes para oxidar contaminantes na água da piscina. Porque é necessário oxidar a água da piscina? Os contaminantes orgânicos tal como o suor, a urina, as fezes, folhas, e poeiras acumulam-se na água da piscina com o tempo. Estes contaminantes têm de ser desagregados. A oxidação tem de ser concretizada por uma de duas vias – com um sistema de desinfeção UV ou com subrecloração com altos teores de cloro tradicional. Os sistemas UV são os oxidantes mais “fortes” disponíveis, de acordo com a organização Professional Pool Operators of America.
 
 
 
 
 
 
Por último, existe o falso conceito de que não é preciso fazer manutenção da piscina de água salgada. É necessário analisar e ajustar regularmente o cloro e a alcalinidade para manter o equilíbrio adequado da água. Além disso, é preciso estar consciente de que o cloro natural produzido no sistema não está estabilizado. Pode sofrer alterações devido a diversos fatores. É necessário analisar o nível de ácido cianúrico (triazina). O ácido cianúrico é também designado por condicionador de piscinas sendo mais adequado em piscinas exteriores expostas à luz solar pois retarda a degradação do cloro.
Consideração importante sobre sistemas de piscina de água salgada
As piscinas de água salgada oferecem grandes vantagens e benefícios. No entanto, é importante considerar que todas as coisas têm vantagens e desvantagens. Antes de fazer tal investimento de vulto é importante estar seguro de que se consegue manter durante muito tempo. Deve-se, portanto, estar seguro de que se compreende tudo o há que saber sobre piscinas de água salgada. Conheça os factos. Leia artigos de especialistas. As piscinas de água salgada podem ser um excelente investimento pela economia a prazo que oferece e os benefícios para a saúde e ecossistema. Mas, para isso, há que fazer um controlo rigoroso da química da água e evitar descargas de grandes volumes de água salgada para o ecossistema.
Porquê instalar uma piscina de água salgada?
O melhor motivo para optar por uma piscina de água salgada é a conveniência. Vejamos, ninguém gosta de ir comprar, armazenar e manipular cloro. Porque não produzi-lo em casa, diretamente na piscina? Estas piscinas têm a capacidade de injetar um fluxo estável na água. Apesar deste facto, a maioria das piscinas caseiras não estão capacitadas para monitorizar os níveis de cloro na água e ajustar o fluxo em concordância. Este tipo de característica tecnológica encontra-se maioritariamente em piscinas comerciais nas quais a qualidade da água é crítica. No entanto, recentemente entraram no mercado alguns sistemas de automatização de piscina que testam com precisão e controlam os níveis de cloro e pH.
Porquê não instalar uma piscina de água salgada?
Se por um lado as piscinas de água salgada têm algumas vantagens, também apresentam algumas desvantagens que é preciso conhecer. Muitos destes “contras” tornaram-se evidentes ao longo dos anos. Por exemplo, têm havido crescentes relatos de danos causados pelo sal  nas superfícies das piscinas, incluindo os entablamentos de pedra e estuques. Alguns tipos de pedra são mais afetados, tal como a pedra calcária. Este problema resultou em que alguns construtores de piscinas parassem de vender piscinas com sistemas de água salgada. Outros solicitam ao comprador um termo de responsabilidade isentando as suas garantias de danos causados pelo sistema de água salgada. Foram, também, reportados alguns casos credíveis relacionando a água salgada com danos de equipamento do sistema. Todos os equipamentos de piscina, especialmente se contiverem componentes metálicos, estão em risco. Alguns construtores sugerem aos clientes com estes sistemas a aplicarem uma cobertura (deck) e aplicarem vedantes em cada 3-4 meses para proteção.
Os sistemas de piscina de água salgada podem produzir níveis inseguros de cloro
Os fabricantes recomendam que os proprietários mantenham os níveis de cloro de 2-4 ppm. Estudos científicos recentes relacionaram as concentrações de cloro desta gama com questões de saúde, incluindo asma, alergias, e até cancro. A boa notícia é que se podem baixar os níveis de cloro aplicando um sistema de desinfeção por UV, como referi. As piscinas de água salgada têm ganho uma fatia importante de mercado sobre as piscinas tradicionais nos últimos 5 anos. Porém, os factos falam por si. Para que as piscinas de água salgada possam realmente ser uma fonte de prazer é preciso torná-las efetivamente mais seguras com a utilização das tecnologias mais recentes de UV. De resto, o mito de serem mais saudáveis que as piscinas tradicionais a cloro cai perante estes mesmos factos. A opção será mesmo e apenas a conveniência de não ter de adquirir, armazenar e manipular produtos químicos.
Uma vez que as piscinas de água salgada produzem cloro, a sua eficiência de sanitização é afetada pela luz solar, a chuva, a carga de banhistas, os níveis de fosfatos, temperatura e acumulação de cálcio. Alterações em qualquer destas condições podem conduzir a surtos de algas que obrigam a tratamentos de “choque” da água. A contra lavagem de água salgada pode esterilizar solos e matar plantas nos sistemas de escoamento que não estão ligados às redes de esgoto municipais. Por esse motivo muitos municípios nos EUA e Austrália – de onde estes sistemas são originários – proíbem a contra lavagem destas piscinas.
Estão a aparecer cada vez mais evidências de que o sal – através dos danos provocados pelo cloro – acelera a erosão de rocha e cimento. O processo de eletrólise tem sido citado como causador de rápida deterioração de metais na piscina, como as resistências do aquecimento, escadas, corrimãos e aros de focos de luz, etc…
 
As alternativas aos cloradores

Numa visita a qualquer centro aquático de eventos olímpicos ou às maiores universidades, não encontraríamos um único clorador. Encontraríamos, certamente, sistemas de automação e de desinfeção UV. Os sistemas de automação usam controladores de tecnologia avançada para testar a água e ajustar a química automaticamente 24 horas por dia, sete dias por semana, 365 dias por ano. Este processo acontece automaticamente a cada minuto. Alguns proprietários estão a optar por sistemas que lhes permitem reduzir drasticamente os níveis de cloro livre na água. Atualmente existem opções que tornam a piscina ou o spa mais amigos do ambiente e da carteira! Hoje, é possível desfrutar piscinas que usam menos água, poupam eletricidade e utilizam apenas uma fração do cloro produzido pela maioria dos cloradores. Os sistemas de piscina com tecnologia UV e por ionização (sobre os quais falaremos em maior detalhe no futuro) estão rapidamente a tornar-se o padrão de conceção de piscinas amigas-do-ambiente. Relatórios recentes expõem os perigos de nadar em águas com elevados níveis de químicos e aconselham os proprietários de piscinas a procurar alternativas. Para quem opte por uma piscina de água salgada é altamente recomendada a utilização de um sistema complementar de sanitização por UV. Estes sistemas funcionam muito bem com ou sem a presença de cloradores para reduzir os níveis de cloro necessários e tornar a piscina mais saudável e fácil de manter. Os sistemas de ionização minimizam a utilização de químicos em 90%, bastando a utilização de um oxidante sem cloro para eliminação de resíduos orgânicos provenientes da chuva, dos protetores solares e bronzeadores, e transportadas pelo vento.
"Concentrações baixas de cloro livre podem proteger a saúde quando é utilizado UV."

Organização Mundial de Saúde