Quais são os falsos conceitos
acerca de piscinas de água salgada?
Uma piscina de água salgada
proporciona várias boas razões para converter a sua piscina de água doce. Existem,
porém, alguns conceitos gerais errados que auxiliaram a acelerar a popularidade
destas piscinas. Em primeiro lugar, as piscinas de água salgada não são isentas
de químicos, nem sequer de cloro. A água salgada não tem capacidade por si só
de garantir sanitização sem eletrólise. Este processo gera cloro que tem a
mesma estrutura química do cloro produzido industrialmente, com os mesmos
benefícios e problemas que este último. A propósito, a designação industrial de
um sistema de piscina de água salgada é gerador
de cloro. O segundo falso conceito é que a água num sistema de piscina de
água salgada terá melhor aspeto, saberá melhor e será muito mais agradável. Na
realidade, se essa comparação for feita com uma piscina de água doce mal
mantida, isso será verdade. Porém, se for comparada com uma piscina com um bom
plano de manutenção não existirão diferenças mensuráveis no contacto com a
água, no aspeto e no sabor.
As piscinas de água salgada devem ser mantidas de
forma adequada para que sejam seguras e fonte de prazer para a família e
amigos. Durante anos a única forma de impedir o desenvolvimento de bactérias a
níveis prejudiciais foi a utilização de químicos produzidos em massa. É
perigoso armazenar e utilizar estes produtos químicos. A simples leitura dos
avisos nas etiquetas dos recipientes demonstra a sua perigosidade. Se leram o
artigo da newsletter anterior (hipoclorito de sódio e amónia –
mistura explosiva!) devem ter ficado com uma ideia do que estou a
falar.
O clorador salino eliminará
todos os problemas de equilíbrio químico da água?
Infelizmente, não. Se os cloradores salinos oferecem alguns
benefícios persuasivos, não consistem no ovo de Colombo que alguns comerciantes
vendem. Afinal, a única coisa que fazem é criar cloro. O produto final, cloro,
é basicamente idêntico ao que pode ser adquirido em qualquer estabelecimento.
Algumas pessoas optam pelos cloradores salinos na esperança de que eliminarão alguns
problemas concretos tal como o ardor dos olhos, irritações da pele, o “odor a
cloro”, etc.. Estes problemas são criados pelas cloraminas, não pelo cloro
propriamente dito. As cloraminas são um subproduto da desinfeção que causam
cerca de 90% dos problemas com a química da água. Estudos
científicos relacionam as cloraminas e outros subprodutos da desinfeção com
a asma, alergias, e até com algumas formas de cancro. As cloraminas e outros subprodutos
podem ser eliminados com um sistema de piscina com sistema de tratamento
ultravioleta – um potente oxidador que funciona bem com ou sem gerador de
cloro. De acordo com OMS (Organização Mundial de Saúde), níveis de cloro baixos na ordem dos 0,5 ppm são eficazes
quando se usa a tecnologia UV.
Nas piscinas, o cloro tem uma
dupla função de desinfetar e oxidar. O clorador salino só consegue gerar cloro
suficiente para a sanitização. Não criam cloro com rapidez e em quantidade
suficientes para oxidar contaminantes na água da piscina. Porque é necessário
oxidar a água da piscina? Os contaminantes orgânicos tal como o suor, a urina,
as fezes, folhas, e poeiras acumulam-se na água da piscina com o tempo. Estes
contaminantes têm de ser desagregados. A oxidação tem de ser concretizada por
uma de duas vias – com um sistema de desinfeção UV ou com subrecloração com
altos teores de cloro tradicional. Os sistemas UV são os oxidantes mais
“fortes” disponíveis, de acordo com a organização Professional
Pool Operators of America.
Por último, existe o falso
conceito de que não é preciso fazer manutenção da piscina de água salgada. É
necessário analisar e ajustar regularmente o cloro e a alcalinidade para manter
o equilíbrio adequado da água. Além disso, é preciso estar consciente de que o
cloro natural produzido no sistema não
está estabilizado. Pode sofrer alterações devido a diversos fatores. É
necessário analisar o nível de ácido cianúrico
(triazina). O ácido cianúrico é também designado por condicionador de piscinas sendo mais adequado em piscinas
exteriores expostas à luz solar pois retarda a degradação do cloro.
Consideração importante sobre
sistemas de piscina de água salgada
As piscinas de água salgada
oferecem grandes vantagens e benefícios. No entanto, é importante considerar
que todas as coisas têm vantagens e desvantagens. Antes de fazer tal
investimento de vulto é importante estar seguro de que se consegue manter
durante muito tempo. Deve-se, portanto, estar seguro de que se compreende tudo
o há que saber sobre piscinas de água salgada. Conheça os factos. Leia artigos
de especialistas. As piscinas de água salgada podem ser um excelente
investimento pela economia a prazo que oferece e os benefícios para a saúde e ecossistema.
Mas, para isso, há que fazer um controlo rigoroso da química da água e evitar
descargas de grandes volumes de água salgada para o ecossistema.
Porquê instalar uma piscina de
água salgada?
O melhor motivo para optar por uma piscina de água
salgada é a conveniência. Vejamos, ninguém gosta de ir comprar, armazenar e
manipular cloro. Porque não produzi-lo em casa, diretamente na piscina? Estas
piscinas têm a capacidade de injetar um fluxo estável na água. Apesar deste
facto, a maioria das piscinas caseiras não estão capacitadas para monitorizar
os níveis de cloro na água e ajustar o fluxo em concordância. Este tipo de
característica tecnológica encontra-se maioritariamente em piscinas comerciais
nas quais a qualidade da água é crítica. No entanto, recentemente
entraram no mercado alguns sistemas de automatização de piscina que testam com
precisão e controlam os níveis de cloro e pH.
Porquê não instalar uma piscina
de água salgada?
Se por um lado as piscinas de
água salgada têm algumas vantagens, também apresentam algumas desvantagens que
é preciso conhecer. Muitos destes “contras” tornaram-se evidentes ao longo dos
anos. Por exemplo, têm havido crescentes relatos de danos causados pelo
sal nas superfícies das piscinas,
incluindo os entablamentos de pedra e estuques. Alguns tipos de pedra são mais
afetados, tal como a pedra calcária. Este problema resultou em que alguns
construtores de piscinas parassem de vender piscinas com sistemas de água
salgada. Outros solicitam ao comprador um termo de responsabilidade isentando
as suas garantias de danos causados pelo sistema de água salgada. Foram,
também, reportados alguns casos credíveis relacionando a água salgada com danos
de equipamento do sistema. Todos os equipamentos de piscina, especialmente se
contiverem componentes metálicos, estão em risco. Alguns construtores sugerem aos
clientes com estes sistemas a aplicarem uma cobertura (deck) e aplicarem
vedantes em cada 3-4 meses para proteção.
Os sistemas de piscina de água salgada podem produzir níveis
inseguros de cloro
Os fabricantes recomendam que os
proprietários mantenham os níveis de cloro de 2-4 ppm. Estudos científicos
recentes relacionaram as concentrações de cloro desta gama com questões de
saúde, incluindo asma, alergias, e até cancro. A boa notícia é que se podem
baixar os níveis de cloro aplicando um sistema de desinfeção por UV, como
referi. As piscinas de água salgada têm ganho uma fatia importante de mercado
sobre as piscinas tradicionais nos últimos 5 anos. Porém, os factos falam por
si. Para que as piscinas de água salgada possam realmente ser uma fonte de
prazer é preciso torná-las efetivamente mais seguras com a utilização das tecnologias
mais recentes de UV. De resto, o mito de serem mais saudáveis que as piscinas tradicionais
a cloro cai perante estes mesmos factos. A opção será mesmo e apenas a
conveniência de não ter de adquirir, armazenar e manipular produtos químicos.
Uma vez que as piscinas de água
salgada produzem cloro, a sua eficiência de sanitização é afetada pela luz
solar, a chuva, a carga de banhistas, os níveis de fosfatos, temperatura e
acumulação de cálcio. Alterações em qualquer destas condições podem conduzir a
surtos de algas que obrigam a tratamentos de “choque” da água. A contra lavagem
de água salgada pode esterilizar solos e matar plantas nos sistemas de
escoamento que não estão ligados às redes de esgoto municipais. Por esse motivo
muitos municípios nos EUA e Austrália – de onde estes sistemas são originários
– proíbem a contra lavagem destas piscinas.
Estão a aparecer cada vez mais
evidências de que o sal – através dos danos provocados pelo cloro – acelera a
erosão de rocha e cimento. O processo de eletrólise tem sido citado como
causador de rápida deterioração de metais na piscina, como as resistências do
aquecimento, escadas, corrimãos e aros de focos de luz, etc…
As alternativas aos cloradores
Numa visita a qualquer centro aquático
de eventos olímpicos ou às maiores universidades, não encontraríamos um único
clorador. Encontraríamos, certamente, sistemas de automação e de desinfeção UV.
Os sistemas de automação usam controladores de tecnologia avançada para testar
a água e ajustar a química automaticamente 24 horas por dia, sete dias por
semana, 365 dias por ano. Este processo acontece automaticamente a cada minuto.
Alguns proprietários estão a optar por sistemas que lhes permitem reduzir
drasticamente os níveis de cloro livre na água. Atualmente existem opções que
tornam a piscina ou o spa mais amigos
do ambiente e da carteira! Hoje, é possível desfrutar piscinas que usam menos
água, poupam eletricidade e utilizam apenas uma fração do cloro produzido pela
maioria dos cloradores. Os sistemas de piscina com tecnologia UV e por
ionização (sobre os quais falaremos em maior detalhe no futuro) estão rapidamente
a tornar-se o padrão de conceção de piscinas amigas-do-ambiente. Relatórios
recentes expõem os perigos
de nadar em águas com elevados níveis de químicos e aconselham os
proprietários de piscinas a procurar alternativas. Para quem opte por uma
piscina de água salgada é altamente recomendada a utilização de um sistema
complementar de sanitização por UV. Estes sistemas funcionam muito bem com ou
sem a presença de cloradores para reduzir os níveis de cloro necessários e
tornar a piscina mais saudável e fácil de manter. Os sistemas de ionização
minimizam a utilização de químicos em 90%, bastando a utilização de um oxidante
sem cloro para eliminação de resíduos orgânicos provenientes da chuva, dos
protetores solares e bronzeadores, e transportadas pelo vento.
"Concentrações baixas de
cloro livre podem proteger a saúde quando é utilizado UV."
Organização Mundial de Saúde
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