quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

Remoção de manchas em pedra natural


Parte 2- Remoção de manchas

É muito frequente proprietários de imóveis solicitarem os nossos serviços porque a pedra está manchada e a escurecer, a perder o brilho, etc…

Na maior parte dos casos a hidrofugação é a solução que falta ou precisa ser refeita. Mas não vamos hidrofugar uma pedra ou mosaico hidráulico manchado! A remoção das manchas é a primeira linha de ação. Mas como fazê-lo? 

Existem algumas receitas para a remoção de manchas, algumas à venda já preparadas, outras para preparar antes da aplicação. No entanto, é fácil e barato fazer em casa.
Vejamos: o que se pretende? Remover gorduras impregnadas na estrutura cimentícia da pedra ou/e remover manchas de líquidos pigmentados, como vinho, por exemplo. Estas substâncias penetraram nos poros e preencheram-nos. Normalmente permanecem por longos períodos de tempo, pois geralmente não damos pela ocorrência logo após acontecer. Em casos extremos, a contaminação permanece durante meses e anos!

Portanto, tratando-se de matéria orgânica precisaremos de algo que a desagregue e oxide e, no processo, a puxe para fora dos poros. 

Uma das fórmulas consiste em fazer uma cataplasma com pó de talco e peróxido de hidrogénio a 20 ou 40% de volume. Não esquecer de usar luvas! Num copo ou taça colocar pó de talco e, em seguida, derramar o peróxido de hidrogénio, mexendo, até forma uma espécie de lama. Com água morna ou um produto de limpeza de pH neutro, limpar os resíduos em repouso sobre a superfície a limpar. Em seguida aplicar a cataplasma com uma espátula ou colher sobre a mancha. A aplicação deve ficar com 6 mm ou mais de espessura e deve exceder os limites da mancha no mesmo valor. Feito isto, aplicar uma película de plástico sobre a cataplasma. Pode ser película aderente, por exemplo. Pressionar nos limites para eliminar o ar em torno da cataplasma. Se necessário, fixar as margens com fita-cola, mas preferencialmente evitar. Deixar repousar por 24 horas. Remover a película. Se a cataplasma não estiver ainda seca, novamente em pó, deixar secar até que fique seca. Depois, remover com espátula, limpar os restos com água e um pano e…já está! Se necessário, repetir o processo até à remoção da mancha. 

Em alguns casos pode não ser possível a remoção integral da mancha, especialmente se esta já persiste há meses ou anos. Mas, seguramente, o resultado final será sempre um aspeto renovado da pedra ou mosaico. 

Vejamos agora passo a passo: 



Nesta demonstração foi aplicado molho de soja sobre uma amostra de granito e queijo em pasta sobre uma amostra de mármore. Deixou-se repousar por 3 horas. A observação da imagem permite ver a aureola formada em torno do contaminante. Resulta da penetração por radicularização, ou seja, pela penetração nos poros e capilares da pedra nos sentidos vertical e horizontal.

1- Limpeza dos excedentes não impregnados:
Com um papel de cozinha, por exemplo, remover os excedentes do mármore. Quando se trate de substância com cor, como no nosso caso, molho de soja, borrifar um soluto de limpeza de pH neutro para emulsionar e remover com papel de cozinha.





















Desta forma os contaminantes impregnados nas porosidades da pedra ficam expostos à aplicação da cataplasma e ao sucesso da sua remoção:

Mancha de gordura resultante da infiltração nos poros e capilares

Mancha de infiltração de líquido pigmentado, no caso molho de soja

2- Aplicação da cataplasma

2.1- Preparação da cataplasma

No mármore exemplificaremos com uma cataplasma já pronto a aplicar que pode ser adquirido em lojas da especialidade ou adquirido online. No granito exemplificaremos a preparação e aplicação de uma cataplasma caseira. No caso, água oxigenada a 40% de volume e pó de talco. Em vez de pó de talco pode ser usado bicarbonato de sódio. 

2.2- Aplicação
 Com uma colher remover uma porção de cataplasma e aplicar sobre a mancha.








Importante: deve ter pelo menos 6 mm de espessura e exceder os limites da mancha em 6 mm.







Cataplasma caseira:

Ingredientes:

bicarbonato de sódio ou pó de talco
Peróxido de hidrogénio a 20% ou 40% de volume
Num copo ou taça misturar os dois ingredientes muito bem de forma a formar uma pasta com a textura de lama. Aplicar pelo mesmo processo.



2.2- Cobrir a cataplasma

Com um pedaço de plástico ou película aderente proceder à cobertura da cataplasma. Pode fazer uns pequenos furos no plástico para permitir a evaporação da água, mas não é obrigatório.




Certifique-se a ausência de ar entre o plástico e a cataplasma. Pressione o plástico em torno dos limites da cataplasma para que adira e sele a aplicação.

Finalmente, querendo, pode fixar as margens do plástico com uma fita. Tenha cuidado na seleção da fita pois pode deixar resíduos de cola difíceis de remover. Pessoalmente, não uso fita a menos que exista o risco de dispersão da cataplasma por inadvertida ação humana.


3- Deixar atuar 24 horas


Depois de cobrir com plástico ou película aderente deixar repousar 24 horas. No nosso exemplo a cataplasma do mármore não está coberta mas deve fazê-lo. Esse procedimento assegura que a cataplasma não seca prematuramente antes de extrair todos os resíduos impregnados. A ação deve ser intencionalmente lenta para que as reações químicas se processem. Nada deve ser apressado. O tempo é fulcral para um bom resultado.

4- Deixar repousar 24 horas


Passadas as 24 horas remover a película. É provável que a cataplasma não esteja ainda totalmente seca. É absolutamente necessário deixá-la secar muito bem. Portanto, deixar em repouso mais 24 horas. 

5- Remover a cataplasma



Com o auxílio de uma lâmina de raspador ou espátula sem rombos, remover a cataplasma, já seca. Pode constatar-se que já está em pó e se desfaz conforme se remove. É bom sinal!

6- Limpar a superfície


Com um soluto de limpeza de pH neutro borrifar a superfície tratada e remover com papel absorvente ou pano microfibra.
Se tudo correu bem, o aspeto final da superfície deverá ser este: 



Um resultado irrepreensível! Tanto o mármore como o granito recuperaram o seu aspeto natural. Se, por algum motivo, ainda restar algum vestígio da mancha, repetir todo o processo. O tempo durante o qual os contaminantes permaneceram impregnados na estrutura da pedra é determinante para o número de vezes que o processo terá de ser repetido. 

Não existem atalhos. O procedimento é este, os resultados são os que apresentamos!

Posteriormente, pode ser necessário um polimento. Alguns contaminantes têm pH ácido e afetam a estrutura superficial da pedra. Nestes casos, embora a nódoa tenha sido eliminada o brilho não é recuperado. É aí que entramos nós para recuperar o brilho do seu pavimento ou balcão. 

Para qualquer esclarecimento não hesite em nos contactar. Informamos das várias possibilidades a seguir, orçamentamos sem custo ou compromisso. E executaremos com profissionalismo a recuperação das suas superfícies!